Tratamento involuntário: uma opção controversa para dependentes químicos

Tratamento involuntário: uma opção controversa para dependentes químicos

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O tratamento involuntário é aquele que ocorre sem o consentimento do paciente e a pedido da família ou de um médico. Geralmente, é indicado para casos de dependência química grave, em que o indivíduo perde o controle sobre o uso de drogas e álcool e coloca em risco a sua vida e a de terceiros. Mas será que essa é uma medida eficaz e respeitosa com os direitos humanos? Neste artigo, vamos abordar os principais aspectos do tratamento involuntário, seus benefícios e desafios, e como ele é regulamentado no Brasil.


O que diz a lei sobre o tratamento involuntário?


No Brasil, o tratamento involuntário é regulamentado pela Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais. De acordo com essa lei, o tratamento involuntário só pode ser realizado em unidades de saúde autorizadas pelo Ministério da Saúde, mediante laudo médico que ateste a necessidade da intervenção. Além disso, o Ministério Público deve ser informado sobre o caso em até 72 horas após a internação, para evitar abusos e violações de direitos.


A lei também estabelece que o tratamento involuntário deve ser feito pelo menor tempo possível e na modalidade menos restritiva, respeitando a dignidade e a autonomia do paciente. O paciente tem direito a receber visitas, ter acesso à informação sobre o seu estado de saúde e participar das decisões sobre o seu tratamento. A família ou o representante legal do paciente também devem ser informados sobre o andamento do tratamento e podem solicitar a sua interrupção a qualquer momento.


Quais são os benefícios do tratamento involuntário?


O principal benefício do tratamento involuntário é salvar a vida do dependente químico, que muitas vezes não tem consciência da gravidade do seu problema e dos danos que está causando a si mesmo e aos outros. O tratamento involuntário pode ser uma oportunidade de interromper o ciclo vicioso do uso de drogas e álcool, oferecendo ao paciente um ambiente seguro, acolhedor e terapêutico, onde ele possa receber cuidados médicos, psicológicos e sociais adequados.


O tratamento involuntário também pode ser uma forma de demonstrar amor e solidariedade ao dependente químico, que muitas vezes se sente abandonado ou rejeitado pela família e pela sociedade. Ao solicitar o tratamento involuntário, os familiares estão expressando a sua preocupação e o seu desejo de ajudar o ente querido a se recuperar da doença da dependência química.


Quais são os desafios do tratamento involuntário?


O tratamento involuntário também apresenta alguns desafios e limitações, que devem ser considerados antes de optar por essa modalidade. Um dos principais desafios é garantir que o tratamento seja realizado com respeito aos direitos humanos do paciente, evitando situações de violência, coerção ou negligência. Para isso, é fundamental escolher uma clínica de reabilitação séria e qualificada, que siga as normas éticas e legais da profissão.


Outro desafio é promover a adesão do paciente ao tratamento, uma vez que ele pode se sentir revoltado ou desmotivado por ter sido internado contra a sua vontade. Nesse sentido, é importante que o paciente receba um acolhimento psicológico adequado, que esclareça os objetivos e os benefícios do tratamento, bem como as suas responsabilidades e direitos. Além disso, é essencial que o paciente seja estimulado a participar das atividades terapêuticas oferecidas pela clínica, como grupos de apoio, oficinas ocupacionais, terapias individuais e familiares, entre outras.


Por fim, um desafio é garantir a continuidade do tratamento após a alta do paciente, que deve ser preparado para enfrentar as dificuldades e os riscos de recaída no seu cotidiano. Para isso, é importante que o paciente conte com o apoio da família e de uma rede de cuidados, que inclua profissionais de saúde, grupos de autoajuda e serviços sociais. O tratamento involuntário não é uma solução mágica, mas sim um passo inicial para a recuperação do dependente químico, que depende do seu comprometimento e da sua vontade de mudar.


Conclusão


O tratamento involuntário é uma opção controversa para dependentes químicos, que envolve benefícios e desafios. Por um lado, pode ser uma forma de salvar a vida do paciente e oferecer a ele uma chance de se libertar das drogas e do álcool. Por outro lado, pode gerar resistência e desconfiança por parte do paciente, que pode se sentir violado em seus direitos e em sua autonomia. Por isso, é importante que o tratamento involuntário seja realizado com critério, respeito e responsabilidade, seguindo as orientações legais e éticas da área da saúde mental.


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